sábado, 2 de agosto de 2008

Pasmem-se com o nosso governo

Amigos,

Há coisas neste país que eu não consigo entender. E quando parte deste governo ainda entendo menos: li no Expresso que o governo vai mexer na pensão dos antigos combatentes já reformados.

Conto a história desde o início! O governo Guterres publicou uma lei estabelecendo um adicional à pensão de reforma aos antigos combatentes, como compensação, 25 ou 30 anos depois, pelos sacrifícios em nome da pátria, blá, blá. Nunca foi regulamentada nem nunca entrou em vigor, logo enganou 700 mil portugueses. No governo Durão Barroso, o Ministro Paulo Portas, com uma enorme propaganda, fez nova lei, atribuindo o equivalente a 2 ou 3 maços de tabaco por mês aos antigos combatentes. O valor era tão ridículo que pensei em devolvê-lo e só por inércia não o fiz.

A lei está em vigor e em Novembro lá recebo o tal pequeno anexo. Pois, pasmem! Como não uivámos o suficiente, este governo vai mexer na lei Portas, para baixar o encargo em 13 milhões de euros/ano, gota de água no oceano da mesa do Orçamento, de que tantos comem indevidamente! Na mesma altura em que perdoa, contra a sua própria filosofia e, até, a filosofia de Manuela Ferreira Leite quando Ministra das Finanças, 270 milhões de Euros, “limpando” o deficit da Madeira do Sr. Jardim, que nem sequer agradece, nas suas palavras, aos “bastardos para não lhes chamar filhos da puta”!

Que me perdoem os adversários do Governo que acham que são opções políticas erradas ou estar do lado dos ricos. É mais do que isso: é estupidez e mesquinhez política. Temo que seja insanidade político-mental, porque nem eleitoralismo consigo vislumbrar.

Toda a Europa civilizada, que não pode ser acusada de revolucionária ou comunista, nos aponta o fosso entre ricos e pobres, aumentado com este governo, a falta de políticas de apoio ao desenvolvimento das pequenas e médias empresas, que dão o emprego, o domínio dos lobbies dos ricos e das empresas monopolistas e os respectivos lucros especulativos. Mas é fácil de ver que o nosso governo terá, talvez, medíocres e razoáveis tecnocratas mas como políticos ainda estão muito longe dos civilizados europeus. Sem ofensa ao país africano do 4º mundo, o Burkina Faso não faria melhor.

Francisco Costa Duarte

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