quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Diferença entre"VOCÊ" E "TU"

A estória abaixo, que um amigo me enviou, vem de encontro a uma das minhas dúvidas metódicas sobre as diversas línguas europeias. Eu explico.

Aprendi que o inglês é uma língua Germânica. No entanto: o Inglês simplificou-se ao longo da história e toda a gente se trata por "You" (Vós), deixando cair, há 400 anos, o "Thou" (Tu), tratando todo a gente de modo igual. O que significa? Democracia mais antiga que acha que todos são dignos de ser de alto nível, mesmo que o não sejam? Espiríto prático que o separa do Alemão que ainda usa declinações como o Latim de há 2000 anos? Quem souber que me responda!

Aprendi que o português é uma língua Românica. No entanto: o Castelhano (digamos, Espanhol), usa o "Tu" indiscriminadamente, tendo deixado cair o "Vós". O que significa? Democracia mais recente e igualitária? Espírito prático para demonstrar que todos são iguais, mesmo que do mais baixo nível? Quem souber que me responda!

No português, nós por cá, como sempre, tudo bem. Conseguimos, sempre, conciliar o inconciliável! O "Vós" não caiu e continua a ser ensinado aos meninos do 1º ciclo, mesmo que não sirva para nada na linguagem corrente por ninguém o utilizar! O "Tu" só é utilizado entre pessoas que se conhecem bem, porque pode ser considerado pejorativo: é que, durante Séculos, era usado como tratamento entre o Senhor e o Criado e o Servo que alimentava o Senhor! Inventámos, então, para, como sempre rodear o problema, o "Você", tido como democrático no Brasil (imaginem na cama, "Você está gozando, meu bem?", há algo mais democrático e igualitário?). No entanto: "Você" vem de "Vossa Mercê", "Vossemecê", que não significava igualdade nem sequer respeito mas medo e submissão! Será da nossa sina de portugueses, pobres mas certinhos, sem opinião própria e obedientes ao Senhor em turno de serviço? Quem souber que me responda!

E, já agora, alguém me explique se é por isso que se podem dar as confusões linguísticas como a estória abaixo, que os pareceres jurídicos dizem isto e o contrário dependendo de quem paga mais, que não temos a cultura do rigor e que assinamos acordos ortográficos que não têm a ver com o modo como nos expressamos! É que, como um qualquer erudito disse, a "Língua é a nossa Pátria". Se a língua não é rigorosa a Pátria não pode ser apelativa!

Francisco Costa Duarte

Ler até ao fim
Vocês sabem a diferença entre o tratamento por tu e por você? Vocês pensam que sabem, mas vejam abaixo. Um pequeno exemplo, que ilustra bem a diferença:

O Director Geral de um Banco, estava preocupado com um jovem e brilhante director, que depois de ter trabalhado durante algum tempo com ele, sem parar nem para almoçar, começou a ausentar-se ao meio-dia. Então o Director Geral do Banco chamou um detective e disse-lhe: - Siga o Dr. Mendes durante uma semana, durante a hora do almoço.

O detective, após cumprir o que lhe havia sido pedido, voltou e informou: - O Dr. Mendes sai normalmente ao meio-dia, pega no seu carro, vai a sua casa almoçar, faz amor com a sua mulher, fuma um dos seus excelentes cubanos e regressa ao trabalho.

Responde o Director Geral: - Ah, bom, antes assim. Não há nada de mal nisso.

O detective pergunta-lhe: - Desculpe. Posso tratá-lo por tu? - 'Sim, claro' respondeu o Director surpreendido! - Então vou repetir : o Dr. Mendes sai normalmente ao meio-dia, pega no teu carro, vai a tua casa almoçar, faz amor com a tua mulher, fuma um dos teus excelentes cubanos e regressa ao trabalho.

A lingua portuguesa é mesmo fascinante!

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Lição de Economia - 2

Amigos,

Retomo a publicação no blog http://realrepublicataitiana.blogspot.com/ da minha magistral “Lição de Economia”, agora com parte do 2º Capítulo - “Breve História da Economia”.


Capítulo 2 – Breve História da Economia
A Ciência Económica esteve, desde sempre, ligada à actividade humana.
Com efeito, apesar de por aí proliferarem alguns dinossauros humanos, normalmente ligados à política, que mexem, normalmente mal, na Economia, não está provado cientificamente que os dinossauros repteis, que tiveram enorme sucesso e dominaram a vida na Terra durante 250 milhões de anos, tenham estudado ou praticado a Ciência Económica e Financeira.
A Arqueologia identificou já dinossauros com comportamentos muito próximos dos magnatas financeiros modernos (por exemplo: Tyrannus Saurio Rex, comia tudo e não deixava nada), mas não conseguiu provar que este sabia gerir nem que qualquer outro dinossauro fosse formado em Económicas. A dificuldade da prova é que, a saberem fazê-lo, teriam passado aos filhos, sobrinhos e amantes as técnicas e as fortunas e não teriam sido extintos, obviamente, há 65 milhões de anos.
Vamos, pois, centrar a nossa análise na Economia Humana, dividindo-a nos diversos períodos evolutivos.

a) Pré-história Antiga como o Caraças (3 milhões de anos A.C. a 100 mil anos A.C.)
Abrange o período de evolução humana desde os Australopitecos (faziam umas macacadas), Homo Habilis (movimentava-se um pouco melhor que um mamute numa loja de porcelanas) e Homo Erectus (que mantinha a erecção. Recordo que a esperança de vida era de 32 anos). Neste período:
- a economia é de subsistência (recolecção de raízes, caça, etc.) efectuada por pequenos grupos;
- não há, ainda, a necessidade prática de trocas de bens;
- ninguém sabe o que é o dinheiro;

Para vos provar estes factos, recorro a um diálogo improvável entre um australopiteco e uma improvável e simpática funcionária bancária, numa improvável agência bancária:

- Bom dia. Chamo-me Manel Australopiteco e venho a pedir um empréstimo de 10 mamutes para fazer umas obras na minha gruta, que os tigres dentes-de-sabre andam a arranhar-me a porta.
- Muito bem. Estamos aqui para o servir. Tem aí os documentos da gruta?
- Não, minha senhora. As Conservatórias ainda não foram inventadas!
- Bem, isso não ajuda mas poderemos ver. Já financiámos tantas coisas ilegais que não será por isso. Tem um recibo da EDP ou da Lisboagás para provar a morada?
- Não, minha senhora. Ainda não se domina o uso do fogo e dos combustíveis.
- Bem assim é difícil mas também podemos ultrapassar. Podemos pôr um segurança à porta da sua gruta, a propriedade é sua, com registo de hipoteca ao banco mas não a poderá utilizar por falta de licença de habitação. O senhor Australopiteco paga os emolumentos e as respectivas comissões bancárias e tudo se resolve. Tem seguro de vida?
- Não.
- Pois é, isso é uma dificuldade. Mas também se resolve. Compreende, o senhor anda a quatro patas, o que lhe dá um enorme problema de coluna e as seguradoras não seguram esse risco porque a sua esperança de vida é inferior à de um mamute. Mas nós estamos cá para o ajudar: o senhor faz um seguro de vida, com um custo de 45 mamutes por ano mais as respectivas comissões de serviço, cobrança e risco, e tem o seu problema resolvido. Claro que tem de pagar previamente o IMT e o IMI e declarar no IRS.

(interrompo aqui o improvável diálogo: o Manel Australopiteco perde as estribeiras e à falta de Vallium, que ainda não foi inventado, dá duas mocadas na simpática funcionária e arrasta-a pelos cabelos para a sua gruta, com pensamentos libidinosos, para ser ressarcido de prejuízos morais).

Em conclusão, esta sociedade não está ainda preparada para a Economia Moderna!

b) Pré-história muito, muito Antiga (100 mil anos A.C. a 5 mil anos A.C.)
Abrange o período de evolução humana dos Homo Neardenthal, Homo Cro-Magnon e quejandos, na Europa e na China. Neste período,
- há algumas semelhanças com a economia actual (emigração clandestina da África para a Europa, especialmente França, Espanha, Amadora e Loures;
- nota-se ausência ou incipiência de americanos (daí a crença da senhora candidata a vice presidente dos Estados Unidos, senhora Palin, no creacionismo bíblico – o Mundo começou apenas em 5623 A.C. quando um oleiro chamado Deus moldou Adão e Eva;
- começa a desenvolver-se a industria da moda, com as primeiras roupas feitas de peles de animais. Duas teorias estão actualmente em debate: protecção contra o frio da época glaciar; ou: censura creacionista proibindo a mostra das partes púbicas, o que poderá vir a provar que os americanos, ainda incipientes, já metiam o dedo no resto do mundo e que os antepassados dos Cabos de Mar da Marinha Portuguesa já estavam em actividade nas praias pré-históricas do Algarve;
- as populações tendem a fixar-se e a desenvolverem culturas agrícolas, surgindo a necessidade de trocas comerciais (estupidamente produzi mais cenouras do que precisava, tu tens burros, troco cenouras por leite de burra para os meus filhos, porque a burra da minha mulher deixou secar os peitos);
- surge, igualmente, a necessidade de valorizar os produtos quando o vizinho do lado não tem burros, aparecendo formas rudimentares de dinheiro, através de artigos de uso geral (artefactos, facas de sílex – primeira forma de contrabando de armas – sal, peles, etc.);
- aparecem as primeiras formas de arte com as pinturas rupestres em grutas representando cenas de caça e domésticas; Neste domínio, aparecem, também, os primeiros grafitis de protesto contra a exploração. Numa gruta descoberta na Quinta da Marinha foi encontrada um desenho de um boi com vários símbolos figurativos que, finalmente, foram interpretados pelos especialistas e que dizem: “aquele cornudo filho da mãe levou-me quatro peles e não me deu as cenouras, ameaçando despedir-me de pedreiro da sua gruta se reclamasse”;
- embora ainda não provado, é provável que tenham aparecido as primeiras formas musicais de “hip-hop”, a avaliar por inscrições figurativas descobertas numa anta na Amadora que os especialistas traduziram por:
“Ó meu,
pum, pum, pum,
Tás-me a lixar e eu a ver,
pum, pum, pum,
Lá por eu ser Neardenthal,
pum, pum, pum,
E pensares que és o tal,
pum, pum, pum,
Não me podes tratar mal,
pum, pum, pum,
Sacana de Cro-Magnon,
pum, pum, pum,
Eu faço-te um arraston, a)
pum, pum, pum,
Que te mando pró Hospital.
pum, pum, pum,


a) Nota do autor: pronúncia da época

Em conclusão, esta sociedade não está ainda preparada para a Economia Moderna mas caminha para lá a passos largos! Está é ainda longe da boa música africana e cabo-verdiana actual!

Amigos,
Não percam o próximo episódio que terminará o Capítulo da História da Economia!
É importante que percebam a lições do passado que os professores do futuro não merecem confiança!
Francisco Costa Duarte