A estória abaixo, que um amigo me enviou, vem de encontro a uma das minhas dúvidas metódicas sobre as diversas línguas europeias. Eu explico.
Aprendi que o inglês é uma língua Germânica. No entanto: o Inglês simplificou-se ao longo da história e toda a gente se trata por "You" (Vós), deixando cair, há 400 anos, o "Thou" (Tu), tratando todo a gente de modo igual. O que significa? Democracia mais antiga que acha que todos são dignos de ser de alto nível, mesmo que o não sejam? Espiríto prático que o separa do Alemão que ainda usa declinações como o Latim de há 2000 anos? Quem souber que me responda!
Aprendi que o português é uma língua Românica. No entanto: o Castelhano (digamos, Espanhol), usa o "Tu" indiscriminadamente, tendo deixado cair o "Vós". O que significa? Democracia mais recente e igualitária? Espírito prático para demonstrar que todos são iguais, mesmo que do mais baixo nível? Quem souber que me responda!
No português, nós por cá, como sempre, tudo bem. Conseguimos, sempre, conciliar o inconciliável! O "Vós" não caiu e continua a ser ensinado aos meninos do 1º ciclo, mesmo que não sirva para nada na linguagem corrente por ninguém o utilizar! O "Tu" só é utilizado entre pessoas que se conhecem bem, porque pode ser considerado pejorativo: é que, durante Séculos, era usado como tratamento entre o Senhor e o Criado e o Servo que alimentava o Senhor! Inventámos, então, para, como sempre rodear o problema, o "Você", tido como democrático no Brasil (imaginem na cama, "Você está gozando, meu bem?", há algo mais democrático e igualitário?). No entanto: "Você" vem de "Vossa Mercê", "Vossemecê", que não significava igualdade nem sequer respeito mas medo e submissão! Será da nossa sina de portugueses, pobres mas certinhos, sem opinião própria e obedientes ao Senhor em turno de serviço? Quem souber que me responda!
E, já agora, alguém me explique se é por isso que se podem dar as confusões linguísticas como a estória abaixo, que os pareceres jurídicos dizem isto e o contrário dependendo de quem paga mais, que não temos a cultura do rigor e que assinamos acordos ortográficos que não têm a ver com o modo como nos expressamos! É que, como um qualquer erudito disse, a "Língua é a nossa Pátria". Se a língua não é rigorosa a Pátria não pode ser apelativa!
Francisco Costa Duarte
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Vocês sabem a diferença entre o tratamento por tu e por você? Vocês pensam que sabem, mas vejam abaixo. Um pequeno exemplo, que ilustra bem a diferença:
O Director Geral de um Banco, estava preocupado com um jovem e brilhante director, que depois de ter trabalhado durante algum tempo com ele, sem parar nem para almoçar, começou a ausentar-se ao meio-dia. Então o Director Geral do Banco chamou um detective e disse-lhe: - Siga o Dr. Mendes durante uma semana, durante a hora do almoço.
O detective, após cumprir o que lhe havia sido pedido, voltou e informou: - O Dr. Mendes sai normalmente ao meio-dia, pega no seu carro, vai a sua casa almoçar, faz amor com a sua mulher, fuma um dos seus excelentes cubanos e regressa ao trabalho.
Responde o Director Geral: - Ah, bom, antes assim. Não há nada de mal nisso.
O detective pergunta-lhe: - Desculpe. Posso tratá-lo por tu? - 'Sim, claro' respondeu o Director surpreendido! - Então vou repetir : o Dr. Mendes sai normalmente ao meio-dia, pega no teu carro, vai a tua casa almoçar, faz amor com a tua mulher, fuma um dos teus excelentes cubanos e regressa ao trabalho.
A lingua portuguesa é mesmo fascinante!
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