Amigos,
Nesta altura de crise económica generalizada e indo ao encontro das vossas naturais dúvidas e ansiedades, decidi publicar no blog http://realrepublicataitiana.blogspot.com/ uma magistral “Lição de Economia”, necessariamente sumária e mais centrada na realidade nacional.
Dou hoje à estampa a primeira parte. Seguir-se-ão: “Breve História da Economia”, “A Globalização e A Economia Actual que nos Fazem tão Felizes”, “O Caso Português e as Esplendorosas Manhãs que esperam os nossos Filhos e Netos”.
PREFÀCIO
Porquê uma “Lição de Economia”? Poderia parecer menos pretensioso chamar-lhe opinião ou comentário. Mas,
- a opinião individual do cidadão não é escutada nem pelos seus eleitos, que são “iluminados” pelos votos recebidos e não precisam de ouvir os desejos dos seus eleitores, mesmo que estejam a fazer o contrário do que prometeram (e em função do qual foram eleitos) e que seja evidente que os resultados das suas políticas são maus; isto é: a opinião democrática e livre não serve para nada;
- o comentário está muito em voga e é profusamente utilizado. Permitam-me que o desvalorize, devido: a) ao excesso de oferta; b) a muitos dos comentadores não saberem o que dizem; c) a que muitos dos comentadores, que são os autores materiais e cúmplices da crise e que receberam grossas maquias por isso, virem, agora, prescrever os remédios para a curar; isto é: o comentário só serve para continuar a iludir as vítimas das crises e a evitar que enfrentem o problema;
A “Lição de Economia” é diferente: pressupõe formação em vez de informação manipulada. Claro que também há, por aí, muitos professores doutores (Ph. Drs.) que formaram gerações de alunos, atentos e obrigados, com a sua sapiência sobre o futuro! E que hoje, face a um futuro oposto ao da sua sapiência, torcem a sua sapiência para continuarem a formar alunos, atentos e obrigados. Continuam a serem principescamente pagos por isso porque a vergonha ou a humildade não tem valor de mercado! A minha postura é diferente, sou, como o José Mourinho, infalível, porque, até ao fim da minha vida não conseguirei nem terei oportunidade de dizer tantas asneiras como os comentadores e professores doutores (Ph. Drs.) acima. Confiem, pois em mim!
Uma última palavra para a oportunidade. Tenho de o fazer agora porque: a) há uma crise global e a humanidade precisa dos meus conselhos; b) dentro de 3 ou 4 anos, ao abrigo do acordo de Bolonha, toda a gente terá um mestrado (e não serão os mestres carpinteiros ou electricistas que eu conheci, profissionais humildes que formavam os aprendizes nos segredos da profissão e que ganhavam metade de um burocrata colarinho branco, normalmente ainda com menos conhecimentos mas que tinha a importância de decidir a vida dos outros - “ou me pagas luvas por debaixo da mesa ou não te passo o papel e estás lixado”); c) a minha experiência e eventuais conhecimentos, em breve de nada valerão face a esta profusão de mestres, formados nas universidades e nas juventudes partidárias, que não saberão nada de coisa nenhuma e que, face ao desemprego, serão entregadores de pisas mas que me ultrapassarão na escala da importância social! É a vida, já dizia o filósofo Guterres!
Por isso, esta é minha nova oportunidade, mesmo que seja a última e não sirva para nada, para além de poder mostrar aos meus netos a minha obra no império de Sócrates. E, por favor, reconheçam que é uma obra de fôlego, que me obrigará a fazê-la em várias séries para não torrar os vossos neurónios, pouco habituados a estes ensaios profundos, e, eventualmente, poder vendê-la à TVI (os jornais já não compram em fascículos) para ser ficcionada como padrão de comportamento em telenovela.
Bem vindos, pois à minha magistral “Lição de Economia”.
Capítulo 1 – Definições de Economia (do grego oikonomiā, de oikos ‘casa’ + nemein ‘gerir’)
Prudente uso dos recursos para evitar as despesas desnecessárias ou o desperdício;
Prudente uso do dinheiro e produtos; gestão sensível e cautelosa do dinheiro e produtos de modo desperdiçar o menos possível e obter o máximo valor;
Poupança: redução ou tentativa de redução da despesa;
Economia financeira: uso frugal, controlado ou eficiente de qualquer coisa com esforço;
Negócio económico-financeiro: produção e consumo de produtos e serviços de uma comunidade vista como um todo;
(Citado, com a devida vénia, do Encarta ® World English Dictionary © & (P) 1998-2004 Microsoft Corporation. Tradução livre do autor; Tenho em casa 53 dicionários mas acho um desperdício de tempo ir à procura deles com tão douta tecnologia à minha disposição).
Notas do autor: as expressões “gestão”, “prudente”, “desperdício”, “despesas desnecessárias”, “frugal”, “controlado”, “comunidade”, etc. são, na economia actual, meras figuras de estilo. Vidé: “gastos do estado”, “endividamento das famílias”, “publicidade enganosa”, “marketing de apelo ao consumo e ao crédito”, “lucros especulativos”, “especulação bolsista”, “crimes de colarinho branco”, etc.
Amigos,
Não saiam, portanto, dos vossos lugares!
Se acham que esta magistral lição vos enriquece os conhecimentos não percam os próximos capítulos! Prometo fazer tudo para contribuir para o vosso bem-estar intelectual!
Se acham que esta magistral lição não interessa nem ao Menino Jesus não percam os próximos capítulos: a experiência diz que, em magistrais lições, os capítulos seguintes são ainda piores que os anteriores. Prometo dar-vos oportunidade para descarregarem a vossa bílis, contribuindo para o vosso bem-estar!
Francisco Costa Duarte
terça-feira, 30 de setembro de 2008
domingo, 28 de setembro de 2008
Ainda os preços dos combustíveis
Passei ontem, sábado, 27 de Setembro, por Linda-a-Velha e reparei que o posto de abastecimento da Esso estava a vender o gasóleo normal a 1,20 euros por litro. Na Galp, um pouco mais à frente o preço do gasóleo normal era de 1,269... Por que será que a Esso pode praticar este preço e a Galp nos leva quase mais 7 cêntimos em cada litro? Será que a Esso está a perder dinheiro? Não sei a resposta, mas para ajudar a Esso, que tem somente 44 postos de abastecimento em Portugal, vou voltar a Linda-a-Velha e encher o depósito!!!
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Combustíveis e seus preços
Há umas semanas atrás apelei, como milhares de portugueses, ao boicote à Galp por achar que a sua política de preços dos combustíveis era prejudicial aos portugueses e visava lucros ilícitos. Pessoalmente, cumpri, e continuo a cumprir, este boicote.
Nesse momento, o preço do crude subia desmesuradamente nos mercados mundiais e, apesar de não se reflectirem de imediato nos custos das petrolíferas e da Galp em particular, o seu aumento de preço de venda era imediato, prejudicando os consumidores seus clientes e gerando lucros excepcionais (especulativos, digo eu).
Entretanto,
- o governo determinou a criação de um imposto excepcional sobre os tais lucros excepcionais de aproveitamento (ilícitos, digo eu,) da conjuntura;
- o Sr. Presidente da Galp reagiu, considerando o imposto injusto mas afirmando que a Galp não teria baixa de lucros por isso porque tinha provisões anteriores para fazer face a tal eventualidade (o que, salvo melhor opinião, é um reconhecimento da especulação);
- e, salvando, assim, se não estou a ver mal, o seu chorudo prémio anual de alcançar os objectivos de lucros da Empresa, como acontece em algumas, poucas, Empresas, monopolistas ou escandalosamente dominantes. O referido prémio para as Administrações, pelos valores envolvidos, normalmente ofendem os portugueses normais mas não sou eu que digo, são os jornais.
- o Sr. Presidente da Galp, mostrou-se, então, muito ofendido, alegando que, nesta campanha de boicote promovida por milhares de portugueses, lhe tinham chamado nomes feios, como aldrabão e outros piores;
Pela parte que me toca, nunca lhe chamei esses nomes feios por duas razões: primeiro por uma questão de educação minha; depois porque, com a justiça que temos, não estou seguro do julgamento justo da liberdade de opinião e suas razões. Mas, para ser honesto, devo confessar que, em relação à sua pessoa e à sua conduta, também pensei em nomes feios! E só porque ainda acredito que a liberdade de pensamento é garantida em Portugal, senão nem me atreveria a pensar!
A conjuntura entretanto mudou, o petróleo está a descer, todos os dias, nos mercados mundiais mas os preços dos combustíveis na Galp não descem à mesma velocidade com que subiram (até o Ministro da Economia já apelou à baixa do preço dos produtos Galp), não estando a Empresa a comprovar a filosofia anterior do Sr. Presidente, que, agora argumenta que a razão são os tornados no Texas que irão aumentar os preços!
O Sr. Presidente da Galp inventou uma nova forma de gestão: a Gestão Tarot, lançam-se as cartas e antecipa-se o futuro, por mais especulativo que seja!
Sr. Presidente da Galp: continuarei a não lhe chamar nomes feios por uma questão de educação mas está a dar-me razões para os pensar ainda com mais actualidade. Se eu fosse accionista da Galp e/ou seu amigo, poderia dar-lhe um conselho honesto: demita-se, está a prejudicar a Empresa para quem trabalha ao destruir a confiança dos seus clientes! Aos accionistas da Empresa diria: defendam a vossa Empresa e demitam o Sr. Presidente, sem lhe pagarem as indemnizações chorudas de que falam os jornais e que deixaram de ser vergonha nacional para se tornarem escândalo internacional. E se acreditarem que a gestão Tarot é aplicável, contratem a astróloga Maya que será, de certeza, mais competente que o Sr. Presidente!
Infelizmente, não tenho essa influência e esse poder! Só posso continuar a manter o meu boicote particular à Galp e apelar aos meus correspondentes que sigam o meu exemplo. Os eventuais prejuízos causados, no entanto, não são, como é evidente, da minha responsabilidade mas da Galp e/ou da política seguida pelo seu Presidente.
Nesse momento, o preço do crude subia desmesuradamente nos mercados mundiais e, apesar de não se reflectirem de imediato nos custos das petrolíferas e da Galp em particular, o seu aumento de preço de venda era imediato, prejudicando os consumidores seus clientes e gerando lucros excepcionais (especulativos, digo eu).
Entretanto,
- o governo determinou a criação de um imposto excepcional sobre os tais lucros excepcionais de aproveitamento (ilícitos, digo eu,) da conjuntura;
- o Sr. Presidente da Galp reagiu, considerando o imposto injusto mas afirmando que a Galp não teria baixa de lucros por isso porque tinha provisões anteriores para fazer face a tal eventualidade (o que, salvo melhor opinião, é um reconhecimento da especulação);
- e, salvando, assim, se não estou a ver mal, o seu chorudo prémio anual de alcançar os objectivos de lucros da Empresa, como acontece em algumas, poucas, Empresas, monopolistas ou escandalosamente dominantes. O referido prémio para as Administrações, pelos valores envolvidos, normalmente ofendem os portugueses normais mas não sou eu que digo, são os jornais.
- o Sr. Presidente da Galp, mostrou-se, então, muito ofendido, alegando que, nesta campanha de boicote promovida por milhares de portugueses, lhe tinham chamado nomes feios, como aldrabão e outros piores;
Pela parte que me toca, nunca lhe chamei esses nomes feios por duas razões: primeiro por uma questão de educação minha; depois porque, com a justiça que temos, não estou seguro do julgamento justo da liberdade de opinião e suas razões. Mas, para ser honesto, devo confessar que, em relação à sua pessoa e à sua conduta, também pensei em nomes feios! E só porque ainda acredito que a liberdade de pensamento é garantida em Portugal, senão nem me atreveria a pensar!
A conjuntura entretanto mudou, o petróleo está a descer, todos os dias, nos mercados mundiais mas os preços dos combustíveis na Galp não descem à mesma velocidade com que subiram (até o Ministro da Economia já apelou à baixa do preço dos produtos Galp), não estando a Empresa a comprovar a filosofia anterior do Sr. Presidente, que, agora argumenta que a razão são os tornados no Texas que irão aumentar os preços!
O Sr. Presidente da Galp inventou uma nova forma de gestão: a Gestão Tarot, lançam-se as cartas e antecipa-se o futuro, por mais especulativo que seja!
Sr. Presidente da Galp: continuarei a não lhe chamar nomes feios por uma questão de educação mas está a dar-me razões para os pensar ainda com mais actualidade. Se eu fosse accionista da Galp e/ou seu amigo, poderia dar-lhe um conselho honesto: demita-se, está a prejudicar a Empresa para quem trabalha ao destruir a confiança dos seus clientes! Aos accionistas da Empresa diria: defendam a vossa Empresa e demitam o Sr. Presidente, sem lhe pagarem as indemnizações chorudas de que falam os jornais e que deixaram de ser vergonha nacional para se tornarem escândalo internacional. E se acreditarem que a gestão Tarot é aplicável, contratem a astróloga Maya que será, de certeza, mais competente que o Sr. Presidente!
Infelizmente, não tenho essa influência e esse poder! Só posso continuar a manter o meu boicote particular à Galp e apelar aos meus correspondentes que sigam o meu exemplo. Os eventuais prejuízos causados, no entanto, não são, como é evidente, da minha responsabilidade mas da Galp e/ou da política seguida pelo seu Presidente.
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Acerca do Futebol – Carta aberta aos Jornais desportivos “A Bola” e “Record” e Rádio RDP - Antena 1.
Como aviso prévio, devo dizer que o presente texto, escrito “a quente”, se destina, prioritariamente, às pessoas com quem comunico via internet, por e-mail e em vários blogs e que o seu envio aos jornais e Rádio acima citados é, meramente, circunstancial.
E isto porque, apesar de ser observador atento do desporto nacional e ler, incontornavelmente, os jornais citados nos cafés ou restaurantes por onde passo não sou comprador habitual de jornais desportivos, que não acho didácticos, e ouvir a RDP Antena 1; porque
- não acho que o desporto, muito importante na formação de jovens e menos jovens, se resuma ao futebol, muito menos ao F.C.Porto, Benfica ou Sporting e ainda muito menos às suas “tricas” fora dos campos desportivos, sejam políticas, promocionais de “egos” falhados noutras actividades ou quaisquer outras que não sejam a competição sem truques;
- não me parece que a comunicação social, desportiva e outra, esteja a contribuir para a formação de opinião pública positiva, saudável, como o desporto, desde sempre, propõe nem, mesmo do ponto de vista de competição profissional e de negócio importante que, em alguns casos, é e que exige, como qualquer actividade económica, transparência;
- me parece contribuir para o sectarismo e fundamentalismo de ”claques” idiotas e violentas e, certamente, constituídas por indivíduos falhados, de que todos os dias temos notícias deprimentes;
Acabo de ver o Portugal – Dinamarca da Selecção A e vi, ontem, o Portugal – Irlanda em Sub 21 e a “quente”, não posso deixar de comentar, não como “treinador de bancada” ou “de sofá”, em que, portugueses, somos “excelentes”, mesmo que incompetentes na nossa própria profissão, mas como leigo na matéria:
- no Portugal – Dinamarca, perdemos e devíamos ter ganho, tantos golos desperdiçámos, mas a equipa jogou bem e mostrou atitude, errou, como todos nós de vez em quando e não teve a sorte, como nós não temos de acertar no Euromilhões. Fiquei triste mas não irritado! Ficarei irritado se em vez de uma análise simples, objectiva e isenta do jogo, os “media” vierem dizer, como antecipo, que Carlos Queirós (que não conheço e que não tenho que defender) “perdeu”, que deveria pôr o jogador A e não o B – dentro de 2 meses dirão o contrário - quem o substituirá, etc. Desculpem, mas é o que os “media” me habituaram, com comparações cretinas e negativas, para não mencionar outras destilações de veneno anteriores contra todos os que procuram fazer o seu trabalho, em vez de demonstrarem, objectivamente, onde e porquê ouve falhas, como se corrijem e assumirem, obviamente, o seu ónus da opinião;
Como ainda não tenho comentários mediáticos a este jogo, socorro-me de um exemplo imediatamente anterior: a Antena 1, imediatamente antes do jogo, informava que não estavam vendidos bilhetes em número aceitável para um jogo da selecção nacional e reportava que tal se devia ao litígio latente entre Carlos Queirós e o Sporting! E promovia um apelo aos adeptos do Clube Portugal para apoiarem a Selecção Nacional. Muito bem! Até uma “claque”, a JuveLeo, apelou à presença de apoiantes! Ainda melhor. Mas não ouvi um jornalista da Antena 1 comentar que não é aceitável confundir Carlos Queirós, ou seja quem for, o litígio com o Sporting, ou seja quem for, com a Selecção Nacional, que só revelava certa menoridade mental. A Antena 1 informou mas não contribuiu para formar opinião correcta!
- no Portugal – Irlanda em sub 21, perdemos e devíamos ter ganho, mas, na minha opinião por outras razões: falta de atitude competitiva da equipa e seus jogadores, jovens, blá, blá, mas pagos a peso de ouro! Aqui fiquei mais irritado que triste! Mas, enfim, também acontece! No entanto, é isto, principalmente, que me leva a dirigir a presente aos jornais citados.
Vamos a factos. Ao ver o jogo formei a minha opinião de leigo – não pago e, às vezes, pagante! - que em circunstâncias normais não me atreveria a divulgar: a equipa não teve atitude – há, efectivamente, jogadores muito fashion e bem penteados mas com “bunda” grande - o meio-campo foi um desastre e para não falar dos menos bons, achei que Vaz Tê, Vieirinha e poucos mais se tinham esforçado. Hoje, ao ler “A Bola”, concordei, genericamente, com a sua análise, que considerava que Vieirinha, pelo esforço, terá sido o menos mau e Vaz Tê se esforçou e que muitos dos craques revelaram que são mais “as vozes que as nozes”. À noite li o “Record” que considerava Vaz Tê o menos mau e Vieirinha com classificação 2 em 4 e Miguel Veloso 3 em 4. Tudo bem, diferença de opiniões, relatividade das coisas. E tudo ficaria por aqui se não visse esta, entre outras, pérolas de avaliação individuais dos jogadores e cito: Pelé: 2 em 4: “O jogo não lhe correu nada bem. Perdeu muitos duelos no meio-campo e errou passes em demasia. Um regresso infeliz à Selecção do novo portista”. Vieirinha (o tal melhor para “A Bola”): 2 em 4: Sempre com iniciativa e procurando o seu temível remate, esteve bem melhor no primeiro tempo”. Não compreendo a avaliação! Enfim, eu sou um leigo e o jornalista do “Record” é profissional e pago por isso!
Não fixei, nem me interessa, que jornalista faz estas avaliações até porque me fez compreender, 20 anos depois, porque a empresa multinacional, onde trabalhei como quadro superior e membro da Administração, tinha um sistema de avaliação relativamente consensual e que funcionava e ainda não é possível avaliar os funcionários públicos, juízes, etc.! Porque os critérios do saber nacional ainda não merecem credibilidade! Pelo sim pelo não, passarei a evitar ler o “Record” – paga sempre o justo pelo pecador – para evitar cruzar-me com o “critério” daquele jornalista.
Se os jornais e rádio a quem me dirijo derem importância a esta minha missiva, o que eu duvido, irão desmentir, argumentar e tentar provar a sua ideia! Estão no seu direito! Não me afectam minimamente e face às estatísticas na Europa, irão de vitória em vitória até à derrota final.
Eu sei e os meus habituais leitores sabem que não é a comunicação social que tem culpa de todos os males – sabemos que tem excelentes profissionais que não merecem incompetentes companhias - mas que contribui com a sua parte. Perguntarão porque dou importância ao futebol e a estas minudências mediáticas quando há outras coisas na realidade portuguesa que merecem muito mais atenção. Respondo que isto é tão importante como o nível de educação e informação/formação de opinião da população. As estatísticas europeias comparadas darão os resultados dos nossos “avanços”! Espero que não comentadas pelos mesmos jornalistas!
Francisco Costa Duarte
E isto porque, apesar de ser observador atento do desporto nacional e ler, incontornavelmente, os jornais citados nos cafés ou restaurantes por onde passo não sou comprador habitual de jornais desportivos, que não acho didácticos, e ouvir a RDP Antena 1; porque
- não acho que o desporto, muito importante na formação de jovens e menos jovens, se resuma ao futebol, muito menos ao F.C.Porto, Benfica ou Sporting e ainda muito menos às suas “tricas” fora dos campos desportivos, sejam políticas, promocionais de “egos” falhados noutras actividades ou quaisquer outras que não sejam a competição sem truques;
- não me parece que a comunicação social, desportiva e outra, esteja a contribuir para a formação de opinião pública positiva, saudável, como o desporto, desde sempre, propõe nem, mesmo do ponto de vista de competição profissional e de negócio importante que, em alguns casos, é e que exige, como qualquer actividade económica, transparência;
- me parece contribuir para o sectarismo e fundamentalismo de ”claques” idiotas e violentas e, certamente, constituídas por indivíduos falhados, de que todos os dias temos notícias deprimentes;
Acabo de ver o Portugal – Dinamarca da Selecção A e vi, ontem, o Portugal – Irlanda em Sub 21 e a “quente”, não posso deixar de comentar, não como “treinador de bancada” ou “de sofá”, em que, portugueses, somos “excelentes”, mesmo que incompetentes na nossa própria profissão, mas como leigo na matéria:
- no Portugal – Dinamarca, perdemos e devíamos ter ganho, tantos golos desperdiçámos, mas a equipa jogou bem e mostrou atitude, errou, como todos nós de vez em quando e não teve a sorte, como nós não temos de acertar no Euromilhões. Fiquei triste mas não irritado! Ficarei irritado se em vez de uma análise simples, objectiva e isenta do jogo, os “media” vierem dizer, como antecipo, que Carlos Queirós (que não conheço e que não tenho que defender) “perdeu”, que deveria pôr o jogador A e não o B – dentro de 2 meses dirão o contrário - quem o substituirá, etc. Desculpem, mas é o que os “media” me habituaram, com comparações cretinas e negativas, para não mencionar outras destilações de veneno anteriores contra todos os que procuram fazer o seu trabalho, em vez de demonstrarem, objectivamente, onde e porquê ouve falhas, como se corrijem e assumirem, obviamente, o seu ónus da opinião;
Como ainda não tenho comentários mediáticos a este jogo, socorro-me de um exemplo imediatamente anterior: a Antena 1, imediatamente antes do jogo, informava que não estavam vendidos bilhetes em número aceitável para um jogo da selecção nacional e reportava que tal se devia ao litígio latente entre Carlos Queirós e o Sporting! E promovia um apelo aos adeptos do Clube Portugal para apoiarem a Selecção Nacional. Muito bem! Até uma “claque”, a JuveLeo, apelou à presença de apoiantes! Ainda melhor. Mas não ouvi um jornalista da Antena 1 comentar que não é aceitável confundir Carlos Queirós, ou seja quem for, o litígio com o Sporting, ou seja quem for, com a Selecção Nacional, que só revelava certa menoridade mental. A Antena 1 informou mas não contribuiu para formar opinião correcta!
- no Portugal – Irlanda em sub 21, perdemos e devíamos ter ganho, mas, na minha opinião por outras razões: falta de atitude competitiva da equipa e seus jogadores, jovens, blá, blá, mas pagos a peso de ouro! Aqui fiquei mais irritado que triste! Mas, enfim, também acontece! No entanto, é isto, principalmente, que me leva a dirigir a presente aos jornais citados.
Vamos a factos. Ao ver o jogo formei a minha opinião de leigo – não pago e, às vezes, pagante! - que em circunstâncias normais não me atreveria a divulgar: a equipa não teve atitude – há, efectivamente, jogadores muito fashion e bem penteados mas com “bunda” grande - o meio-campo foi um desastre e para não falar dos menos bons, achei que Vaz Tê, Vieirinha e poucos mais se tinham esforçado. Hoje, ao ler “A Bola”, concordei, genericamente, com a sua análise, que considerava que Vieirinha, pelo esforço, terá sido o menos mau e Vaz Tê se esforçou e que muitos dos craques revelaram que são mais “as vozes que as nozes”. À noite li o “Record” que considerava Vaz Tê o menos mau e Vieirinha com classificação 2 em 4 e Miguel Veloso 3 em 4. Tudo bem, diferença de opiniões, relatividade das coisas. E tudo ficaria por aqui se não visse esta, entre outras, pérolas de avaliação individuais dos jogadores e cito: Pelé: 2 em 4: “O jogo não lhe correu nada bem. Perdeu muitos duelos no meio-campo e errou passes em demasia. Um regresso infeliz à Selecção do novo portista”. Vieirinha (o tal melhor para “A Bola”): 2 em 4: Sempre com iniciativa e procurando o seu temível remate, esteve bem melhor no primeiro tempo”. Não compreendo a avaliação! Enfim, eu sou um leigo e o jornalista do “Record” é profissional e pago por isso!
Não fixei, nem me interessa, que jornalista faz estas avaliações até porque me fez compreender, 20 anos depois, porque a empresa multinacional, onde trabalhei como quadro superior e membro da Administração, tinha um sistema de avaliação relativamente consensual e que funcionava e ainda não é possível avaliar os funcionários públicos, juízes, etc.! Porque os critérios do saber nacional ainda não merecem credibilidade! Pelo sim pelo não, passarei a evitar ler o “Record” – paga sempre o justo pelo pecador – para evitar cruzar-me com o “critério” daquele jornalista.
Se os jornais e rádio a quem me dirijo derem importância a esta minha missiva, o que eu duvido, irão desmentir, argumentar e tentar provar a sua ideia! Estão no seu direito! Não me afectam minimamente e face às estatísticas na Europa, irão de vitória em vitória até à derrota final.
Eu sei e os meus habituais leitores sabem que não é a comunicação social que tem culpa de todos os males – sabemos que tem excelentes profissionais que não merecem incompetentes companhias - mas que contribui com a sua parte. Perguntarão porque dou importância ao futebol e a estas minudências mediáticas quando há outras coisas na realidade portuguesa que merecem muito mais atenção. Respondo que isto é tão importante como o nível de educação e informação/formação de opinião da população. As estatísticas europeias comparadas darão os resultados dos nossos “avanços”! Espero que não comentadas pelos mesmos jornalistas!
Francisco Costa Duarte
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Economia Portuguesa
Amigos,
Ouvi hoje uma notícia na rádio - que não teve o destaque merecido e necessário - que me despertou para a nossa realidade social e que venho divulgar universalmente e no nosso blog, que está sempre em cima do acontecimento: o Sr. Ministro da Economia, o incontornável Dr. Manuel Pinho, comentou que no primeiro semestre de 2008 a economia portuguesa cresceu 0,6% enquanto a economia da zona euro desceu 0,2%.
Fiquei, como calculam, satisfeitíssimo! Nada que eu já não previsse pois, como bom observador, tenho vindo a notar os sorrisos na cara dos portugueses na rua, o rirem de satisfação nas bombas de gasolina quando pagam os combustíveis e quando liquidam aos bancos os empréstimos das suas casas ou comprovam nos telejornais a baixa drástica do desemprego até à taxa de 0,2%, (percentagem que representa, apenas, os paralíticos, doentes graves e paranóicos no Júlio de Matos que só poderão aproveitar a oferta de emprego em excesso nas próximas 2 semanas, após os necessários procedimentos burocráticos), o que levará a taxa de desemprego em Outubro para uns risonhos 0% (3% abaixo de zero se contarmos com os imigrantes franceses, alemães e holandeses que virão em catadupa para o paraíso económico que será Portugal. (Por favor, vejam nota PS no final deste texto).
Compreendo, no entanto, a vossa dificuldade em perceberem estes factos: a linguagem económica e matemática é difícil (Produto Interno Bruto, per capita, crescimento, exponencial, progressão geométrica, equação, derivada, média, mediana, etc.). Por isso resolvi ajudar-vos com exemplos simples.
Optei por comparar esta realidade económica em alturas de indivíduos porque todos vós sabeis o que é um calmeirão (um gajo muito alto) e um caga-tacos (um gajo muito baixinho). Não me exijam excessivo rigor porque senão: 1) os vossos neurónios explodiam com as explicações dos especialistas (problema de saúde pública); 2) Eu teria de exigir, pelo menos, 40% do ordenado do Sr. Governador do Banco de Portugal (problema politicamente incorrecto); 3) haveria revolução pela desigualdade de rendimentos (problema de cacetetada da polícia em nome da justiça “democrática”).
Vamos pois aos factos e números: vamos assumir que um português tem, em média, uma altura de 1,65m; Em 2005, um europeu médio da zona euro teria 2,46m de altura, suficiente para quase todos os europeus irem jogar basket para a NBA americana. (não falo dos luxemburgueses, que teriam 5,83m e não caberiam no seu pequeno país ou nos noruegueses, com 3,43m, que andariam à cabeçada quando nadassem nos fiordes).
Em 2006 e 2007 a economia portuguesa terá crescido 1,3% e 1,7% respectivamente (optimista, previsões do BES) enquanto a zona Euro terá crescido 2,6% e 2,0% (idem, idem, aspas, aspas).
O que representa, fazendo as contas, que um europeu médio tinha, em 1 de Agosto de 2008, uma altura média de 2,57m (2,46m + 2,6% + 2,0% - 0,2%) e português médio 1,71m (1,65m + 1,3% + 1,7% + 0,6%). Não se sentem orgulhosos de terem crescido 6cm? Sempre poupam na altura dos tacões dos sapatos e evitam esforços para se porem em bicos de pés, como habitualmente!
Um abraço do
Francisco Costa Duarte
PS – Já depois de escrito este texto fui ao oftalmologista que me disse que tenho as minhas lentes de contacto completamente desfocadas, o que me faz não distinguir sorrisos de caras tristes e/ou fechadas (é só uma posição dos cantos da boca), entre outras possíveis alucinações óptico/visuais. Aqui fica a correcção, que em nada afecta a restante prosa.
Francisco Costa Duarte
BI 1078780
Av. Carolina Michaelis, 33 - 4º A2795-053 Linda-a-Velha
Ouvi hoje uma notícia na rádio - que não teve o destaque merecido e necessário - que me despertou para a nossa realidade social e que venho divulgar universalmente e no nosso blog, que está sempre em cima do acontecimento: o Sr. Ministro da Economia, o incontornável Dr. Manuel Pinho, comentou que no primeiro semestre de 2008 a economia portuguesa cresceu 0,6% enquanto a economia da zona euro desceu 0,2%.
Fiquei, como calculam, satisfeitíssimo! Nada que eu já não previsse pois, como bom observador, tenho vindo a notar os sorrisos na cara dos portugueses na rua, o rirem de satisfação nas bombas de gasolina quando pagam os combustíveis e quando liquidam aos bancos os empréstimos das suas casas ou comprovam nos telejornais a baixa drástica do desemprego até à taxa de 0,2%, (percentagem que representa, apenas, os paralíticos, doentes graves e paranóicos no Júlio de Matos que só poderão aproveitar a oferta de emprego em excesso nas próximas 2 semanas, após os necessários procedimentos burocráticos), o que levará a taxa de desemprego em Outubro para uns risonhos 0% (3% abaixo de zero se contarmos com os imigrantes franceses, alemães e holandeses que virão em catadupa para o paraíso económico que será Portugal. (Por favor, vejam nota PS no final deste texto).
Compreendo, no entanto, a vossa dificuldade em perceberem estes factos: a linguagem económica e matemática é difícil (Produto Interno Bruto, per capita, crescimento, exponencial, progressão geométrica, equação, derivada, média, mediana, etc.). Por isso resolvi ajudar-vos com exemplos simples.
Optei por comparar esta realidade económica em alturas de indivíduos porque todos vós sabeis o que é um calmeirão (um gajo muito alto) e um caga-tacos (um gajo muito baixinho). Não me exijam excessivo rigor porque senão: 1) os vossos neurónios explodiam com as explicações dos especialistas (problema de saúde pública); 2) Eu teria de exigir, pelo menos, 40% do ordenado do Sr. Governador do Banco de Portugal (problema politicamente incorrecto); 3) haveria revolução pela desigualdade de rendimentos (problema de cacetetada da polícia em nome da justiça “democrática”).
Vamos pois aos factos e números: vamos assumir que um português tem, em média, uma altura de 1,65m; Em 2005, um europeu médio da zona euro teria 2,46m de altura, suficiente para quase todos os europeus irem jogar basket para a NBA americana. (não falo dos luxemburgueses, que teriam 5,83m e não caberiam no seu pequeno país ou nos noruegueses, com 3,43m, que andariam à cabeçada quando nadassem nos fiordes).
Em 2006 e 2007 a economia portuguesa terá crescido 1,3% e 1,7% respectivamente (optimista, previsões do BES) enquanto a zona Euro terá crescido 2,6% e 2,0% (idem, idem, aspas, aspas).
O que representa, fazendo as contas, que um europeu médio tinha, em 1 de Agosto de 2008, uma altura média de 2,57m (2,46m + 2,6% + 2,0% - 0,2%) e português médio 1,71m (1,65m + 1,3% + 1,7% + 0,6%). Não se sentem orgulhosos de terem crescido 6cm? Sempre poupam na altura dos tacões dos sapatos e evitam esforços para se porem em bicos de pés, como habitualmente!
Um abraço do
Francisco Costa Duarte
PS – Já depois de escrito este texto fui ao oftalmologista que me disse que tenho as minhas lentes de contacto completamente desfocadas, o que me faz não distinguir sorrisos de caras tristes e/ou fechadas (é só uma posição dos cantos da boca), entre outras possíveis alucinações óptico/visuais. Aqui fica a correcção, que em nada afecta a restante prosa.
Francisco Costa Duarte
BI 1078780
Av. Carolina Michaelis, 33 - 4º A2795-053 Linda-a-Velha
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Página Culinária
Amigos taitianos,
Verifico que o nosso blog não teve actualizações em Agosto, o que é natural: não há futebol para a gente dizer mal dos árbitros e ainda é cedo para dizer mal dos treinadores; os políticos estão de férias e não dizem asneiras que possamos criticar (o Sócrates não fala da segurança e o ladrões aproveitam, a Ferreira Leite não fala de coisa nenhuma e o Marcelo, obviamente, não tem assunto) e nós e os outros portugueses estamos na praia, não temos de contestar o chefe e a proibição de namoro ou maçãs na praia não justifica chatearmo-nos e estragar o nosso banho.
Setembro, no entanto, é diferente, começa a pré-época do dizer mal e está na altura de reactivarmos o blog apesar do futebol estar ainda nos primeiros passos (jogadores novos, falta de entrosamento, blá, blá) e os políticos estarem ainda a aquecer para continuarem a dizer asneiras (a inflação e o desemprego vão descer, a economia vai crescer, os portugueses vão aumentar o seu nível de vida neste trimestre e em 2009, blá, blá).
Proponho, por isso, enquanto esperamos, que passemos a dar nota das nossas vivências em férias. Eu dou já o exemplo, inaugurando uma página de Culinária no nosso blog. Se todos os jornais, revistas de coração, televisões, têm um cozinheiro qualquer a dar-nos conselhos, porque não eu e o nosso blog?
Sempre me considerei um cozinheiro mediano (de mediana, da teoria de probabilidades e da estatística da matemática, isto é, vendo bem, faço parte da metade inferior da média dos homens portugueses na cozinha, o que não é um atributo de grande talento culinário (uns bifes, uns ovos mexidos, etc.). No entanto tenho um galardão importante, mais valioso que as estrelas Michelin: há muitos anos, num dia de férias em Tróia, quando a mãe teve de vir a Lisboa com a Mafalda para uma consulta médica de rotina, assumi o almoço, uma tortilha de ovos e chouriço e o meu filho Hugo, então com 4 anos e que andava a ver uns desenhos animados sobre o antigo Egipto, disse-me, entusiasmado, “pai, fizeste uma pirâmide de chouriço”! E era verdade, tive de cortar o monumento culinário com um corta-sebes em vez da faca normal mas nenhum de nós se queixou.
Pois agora, repeti a experiência mas com evidentes melhorias. Tenho estado sozinho em Alcobaça, (a Maria Amélia não tem férias e a minha cadela, obviamente, é uma boa companhia mas não é a mesma coisa), cumprindo o meu dever de agricultor que tem de regar, etc., fazendo o que deveria fazer o Sr. Ministro da Agricultura, que está sempre em Lisboa onde, tanto quanto sei, só há alguns grelos à venda em ruas, bares e discotecas que não são parte desta agricultura. E tive de me apurar na culinária. Aprendi a fazer refogados, sopas, etc..
Por exemplo: hoje comprei umas lulas limpas Pescanova ultracongeladas que trazia uma receita (não vos dou porque podem ver na embalagem) que segui à risca (bem, com pequenas alterações criativas – quem é que se lembra de alho francês, courgettes e dessas coisas globais, condenadas pela Quercus por serem estrangeiras e estragarem o ambiente nos transportes dos seus lugares longínquos de produção?). Não sei se foi por isso, aquilo encolhei tanto que uma receita de 4 pessoas mal deu para um homem e uma cadela. Mas acho que é do Marketing, não confiem nos tempos que eles dizem de cozedura, que o calor faz encolher ao contrário de outras coisas de que não é oportuno falar. Digo-vos que ficou delicioso porque eu não sou esquisito (no bem passado o meu limite é o esturricado) e a minha cadela é gourmet (come tudo desde o cru ao esturricado passando pelo podre, que são as tendências modernas nas cozinhas japonesa, chinesa e francesa).
Tirei, ainda, outra lição desta minha experiência culinária: experimentem preparar uma boa cebola de Alcobaça que, como não é de aviário, ainda vos faz chorar em abundância. O que me lembrou de uma solução para o actual alto número de assaltos a bombas de gasolina e caixas multibanco. Em vez das soluções idiotas propostas pelo governo (câmaras de vigilância – se tiverem grande resolução vêem a marca das meias de nylon usadas para encapuçar? Empresas privadas de segurança – quem paga a ineficácia da polícia, muitos dos seguranças merecem a confiança que se vê nas discotecas?), eu proponho: encham a caixas multibanco, para além de dinheiro para a gente gastar no consumismo, de extracto de cebola de Alcobaça, para disparar quando a caixa for arrancada por roubo: a polícia encontrará os ladrões a chorar pela mãe e facilmente neutralizáveis.
Um abraço bem disposto do
Francisco Costa Duarte
Verifico que o nosso blog não teve actualizações em Agosto, o que é natural: não há futebol para a gente dizer mal dos árbitros e ainda é cedo para dizer mal dos treinadores; os políticos estão de férias e não dizem asneiras que possamos criticar (o Sócrates não fala da segurança e o ladrões aproveitam, a Ferreira Leite não fala de coisa nenhuma e o Marcelo, obviamente, não tem assunto) e nós e os outros portugueses estamos na praia, não temos de contestar o chefe e a proibição de namoro ou maçãs na praia não justifica chatearmo-nos e estragar o nosso banho.
Setembro, no entanto, é diferente, começa a pré-época do dizer mal e está na altura de reactivarmos o blog apesar do futebol estar ainda nos primeiros passos (jogadores novos, falta de entrosamento, blá, blá) e os políticos estarem ainda a aquecer para continuarem a dizer asneiras (a inflação e o desemprego vão descer, a economia vai crescer, os portugueses vão aumentar o seu nível de vida neste trimestre e em 2009, blá, blá).
Proponho, por isso, enquanto esperamos, que passemos a dar nota das nossas vivências em férias. Eu dou já o exemplo, inaugurando uma página de Culinária no nosso blog. Se todos os jornais, revistas de coração, televisões, têm um cozinheiro qualquer a dar-nos conselhos, porque não eu e o nosso blog?
Sempre me considerei um cozinheiro mediano (de mediana, da teoria de probabilidades e da estatística da matemática, isto é, vendo bem, faço parte da metade inferior da média dos homens portugueses na cozinha, o que não é um atributo de grande talento culinário (uns bifes, uns ovos mexidos, etc.). No entanto tenho um galardão importante, mais valioso que as estrelas Michelin: há muitos anos, num dia de férias em Tróia, quando a mãe teve de vir a Lisboa com a Mafalda para uma consulta médica de rotina, assumi o almoço, uma tortilha de ovos e chouriço e o meu filho Hugo, então com 4 anos e que andava a ver uns desenhos animados sobre o antigo Egipto, disse-me, entusiasmado, “pai, fizeste uma pirâmide de chouriço”! E era verdade, tive de cortar o monumento culinário com um corta-sebes em vez da faca normal mas nenhum de nós se queixou.
Pois agora, repeti a experiência mas com evidentes melhorias. Tenho estado sozinho em Alcobaça, (a Maria Amélia não tem férias e a minha cadela, obviamente, é uma boa companhia mas não é a mesma coisa), cumprindo o meu dever de agricultor que tem de regar, etc., fazendo o que deveria fazer o Sr. Ministro da Agricultura, que está sempre em Lisboa onde, tanto quanto sei, só há alguns grelos à venda em ruas, bares e discotecas que não são parte desta agricultura. E tive de me apurar na culinária. Aprendi a fazer refogados, sopas, etc..
Por exemplo: hoje comprei umas lulas limpas Pescanova ultracongeladas que trazia uma receita (não vos dou porque podem ver na embalagem) que segui à risca (bem, com pequenas alterações criativas – quem é que se lembra de alho francês, courgettes e dessas coisas globais, condenadas pela Quercus por serem estrangeiras e estragarem o ambiente nos transportes dos seus lugares longínquos de produção?). Não sei se foi por isso, aquilo encolhei tanto que uma receita de 4 pessoas mal deu para um homem e uma cadela. Mas acho que é do Marketing, não confiem nos tempos que eles dizem de cozedura, que o calor faz encolher ao contrário de outras coisas de que não é oportuno falar. Digo-vos que ficou delicioso porque eu não sou esquisito (no bem passado o meu limite é o esturricado) e a minha cadela é gourmet (come tudo desde o cru ao esturricado passando pelo podre, que são as tendências modernas nas cozinhas japonesa, chinesa e francesa).
Tirei, ainda, outra lição desta minha experiência culinária: experimentem preparar uma boa cebola de Alcobaça que, como não é de aviário, ainda vos faz chorar em abundância. O que me lembrou de uma solução para o actual alto número de assaltos a bombas de gasolina e caixas multibanco. Em vez das soluções idiotas propostas pelo governo (câmaras de vigilância – se tiverem grande resolução vêem a marca das meias de nylon usadas para encapuçar? Empresas privadas de segurança – quem paga a ineficácia da polícia, muitos dos seguranças merecem a confiança que se vê nas discotecas?), eu proponho: encham a caixas multibanco, para além de dinheiro para a gente gastar no consumismo, de extracto de cebola de Alcobaça, para disparar quando a caixa for arrancada por roubo: a polícia encontrará os ladrões a chorar pela mãe e facilmente neutralizáveis.
Um abraço bem disposto do
Francisco Costa Duarte
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