Como aviso prévio, devo dizer que o presente texto, escrito “a quente”, se destina, prioritariamente, às pessoas com quem comunico via internet, por e-mail e em vários blogs e que o seu envio aos jornais e Rádio acima citados é, meramente, circunstancial.
E isto porque, apesar de ser observador atento do desporto nacional e ler, incontornavelmente, os jornais citados nos cafés ou restaurantes por onde passo não sou comprador habitual de jornais desportivos, que não acho didácticos, e ouvir a RDP Antena 1; porque
- não acho que o desporto, muito importante na formação de jovens e menos jovens, se resuma ao futebol, muito menos ao F.C.Porto, Benfica ou Sporting e ainda muito menos às suas “tricas” fora dos campos desportivos, sejam políticas, promocionais de “egos” falhados noutras actividades ou quaisquer outras que não sejam a competição sem truques;
- não me parece que a comunicação social, desportiva e outra, esteja a contribuir para a formação de opinião pública positiva, saudável, como o desporto, desde sempre, propõe nem, mesmo do ponto de vista de competição profissional e de negócio importante que, em alguns casos, é e que exige, como qualquer actividade económica, transparência;
- me parece contribuir para o sectarismo e fundamentalismo de ”claques” idiotas e violentas e, certamente, constituídas por indivíduos falhados, de que todos os dias temos notícias deprimentes;
Acabo de ver o Portugal – Dinamarca da Selecção A e vi, ontem, o Portugal – Irlanda em Sub 21 e a “quente”, não posso deixar de comentar, não como “treinador de bancada” ou “de sofá”, em que, portugueses, somos “excelentes”, mesmo que incompetentes na nossa própria profissão, mas como leigo na matéria:
- no Portugal – Dinamarca, perdemos e devíamos ter ganho, tantos golos desperdiçámos, mas a equipa jogou bem e mostrou atitude, errou, como todos nós de vez em quando e não teve a sorte, como nós não temos de acertar no Euromilhões. Fiquei triste mas não irritado! Ficarei irritado se em vez de uma análise simples, objectiva e isenta do jogo, os “media” vierem dizer, como antecipo, que Carlos Queirós (que não conheço e que não tenho que defender) “perdeu”, que deveria pôr o jogador A e não o B – dentro de 2 meses dirão o contrário - quem o substituirá, etc. Desculpem, mas é o que os “media” me habituaram, com comparações cretinas e negativas, para não mencionar outras destilações de veneno anteriores contra todos os que procuram fazer o seu trabalho, em vez de demonstrarem, objectivamente, onde e porquê ouve falhas, como se corrijem e assumirem, obviamente, o seu ónus da opinião;
Como ainda não tenho comentários mediáticos a este jogo, socorro-me de um exemplo imediatamente anterior: a Antena 1, imediatamente antes do jogo, informava que não estavam vendidos bilhetes em número aceitável para um jogo da selecção nacional e reportava que tal se devia ao litígio latente entre Carlos Queirós e o Sporting! E promovia um apelo aos adeptos do Clube Portugal para apoiarem a Selecção Nacional. Muito bem! Até uma “claque”, a JuveLeo, apelou à presença de apoiantes! Ainda melhor. Mas não ouvi um jornalista da Antena 1 comentar que não é aceitável confundir Carlos Queirós, ou seja quem for, o litígio com o Sporting, ou seja quem for, com a Selecção Nacional, que só revelava certa menoridade mental. A Antena 1 informou mas não contribuiu para formar opinião correcta!
- no Portugal – Irlanda em sub 21, perdemos e devíamos ter ganho, mas, na minha opinião por outras razões: falta de atitude competitiva da equipa e seus jogadores, jovens, blá, blá, mas pagos a peso de ouro! Aqui fiquei mais irritado que triste! Mas, enfim, também acontece! No entanto, é isto, principalmente, que me leva a dirigir a presente aos jornais citados.
Vamos a factos. Ao ver o jogo formei a minha opinião de leigo – não pago e, às vezes, pagante! - que em circunstâncias normais não me atreveria a divulgar: a equipa não teve atitude – há, efectivamente, jogadores muito fashion e bem penteados mas com “bunda” grande - o meio-campo foi um desastre e para não falar dos menos bons, achei que Vaz Tê, Vieirinha e poucos mais se tinham esforçado. Hoje, ao ler “A Bola”, concordei, genericamente, com a sua análise, que considerava que Vieirinha, pelo esforço, terá sido o menos mau e Vaz Tê se esforçou e que muitos dos craques revelaram que são mais “as vozes que as nozes”. À noite li o “Record” que considerava Vaz Tê o menos mau e Vieirinha com classificação 2 em 4 e Miguel Veloso 3 em 4. Tudo bem, diferença de opiniões, relatividade das coisas. E tudo ficaria por aqui se não visse esta, entre outras, pérolas de avaliação individuais dos jogadores e cito: Pelé: 2 em 4: “O jogo não lhe correu nada bem. Perdeu muitos duelos no meio-campo e errou passes em demasia. Um regresso infeliz à Selecção do novo portista”. Vieirinha (o tal melhor para “A Bola”): 2 em 4: Sempre com iniciativa e procurando o seu temível remate, esteve bem melhor no primeiro tempo”. Não compreendo a avaliação! Enfim, eu sou um leigo e o jornalista do “Record” é profissional e pago por isso!
Não fixei, nem me interessa, que jornalista faz estas avaliações até porque me fez compreender, 20 anos depois, porque a empresa multinacional, onde trabalhei como quadro superior e membro da Administração, tinha um sistema de avaliação relativamente consensual e que funcionava e ainda não é possível avaliar os funcionários públicos, juízes, etc.! Porque os critérios do saber nacional ainda não merecem credibilidade! Pelo sim pelo não, passarei a evitar ler o “Record” – paga sempre o justo pelo pecador – para evitar cruzar-me com o “critério” daquele jornalista.
Se os jornais e rádio a quem me dirijo derem importância a esta minha missiva, o que eu duvido, irão desmentir, argumentar e tentar provar a sua ideia! Estão no seu direito! Não me afectam minimamente e face às estatísticas na Europa, irão de vitória em vitória até à derrota final.
Eu sei e os meus habituais leitores sabem que não é a comunicação social que tem culpa de todos os males – sabemos que tem excelentes profissionais que não merecem incompetentes companhias - mas que contribui com a sua parte. Perguntarão porque dou importância ao futebol e a estas minudências mediáticas quando há outras coisas na realidade portuguesa que merecem muito mais atenção. Respondo que isto é tão importante como o nível de educação e informação/formação de opinião da população. As estatísticas europeias comparadas darão os resultados dos nossos “avanços”! Espero que não comentadas pelos mesmos jornalistas!
Francisco Costa Duarte
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