terça-feira, 30 de setembro de 2008

Lição de Economia - 1

Amigos,

Nesta altura de crise económica generalizada e indo ao encontro das vossas naturais dúvidas e ansiedades, decidi publicar no blog http://realrepublicataitiana.blogspot.com/ uma magistral “Lição de Economia”, necessariamente sumária e mais centrada na realidade nacional.
Dou hoje à estampa a primeira parte. Seguir-se-ão: “Breve História da Economia”, “A Globalização e A Economia Actual que nos Fazem tão Felizes”, “O Caso Português e as Esplendorosas Manhãs que esperam os nossos Filhos e Netos”.

PREFÀCIO
Porquê uma “Lição de Economia”? Poderia parecer menos pretensioso chamar-lhe opinião ou comentário. Mas,

- a opinião individual do cidadão não é escutada nem pelos seus eleitos, que são “iluminados” pelos votos recebidos e não precisam de ouvir os desejos dos seus eleitores, mesmo que estejam a fazer o contrário do que prometeram (e em função do qual foram eleitos) e que seja evidente que os resultados das suas políticas são maus; isto é: a opinião democrática e livre não serve para nada;

- o comentário está muito em voga e é profusamente utilizado. Permitam-me que o desvalorize, devido: a) ao excesso de oferta; b) a muitos dos comentadores não saberem o que dizem; c) a que muitos dos comentadores, que são os autores materiais e cúmplices da crise e que receberam grossas maquias por isso, virem, agora, prescrever os remédios para a curar; isto é: o comentário só serve para continuar a iludir as vítimas das crises e a evitar que enfrentem o problema;

A “Lição de Economia” é diferente: pressupõe formação em vez de informação manipulada. Claro que também há, por aí, muitos professores doutores (Ph. Drs.) que formaram gerações de alunos, atentos e obrigados, com a sua sapiência sobre o futuro! E que hoje, face a um futuro oposto ao da sua sapiência, torcem a sua sapiência para continuarem a formar alunos, atentos e obrigados. Continuam a serem principescamente pagos por isso porque a vergonha ou a humildade não tem valor de mercado! A minha postura é diferente, sou, como o José Mourinho, infalível, porque, até ao fim da minha vida não conseguirei nem terei oportunidade de dizer tantas asneiras como os comentadores e professores doutores (Ph. Drs.) acima. Confiem, pois em mim!

Uma última palavra para a oportunidade. Tenho de o fazer agora porque: a) há uma crise global e a humanidade precisa dos meus conselhos; b) dentro de 3 ou 4 anos, ao abrigo do acordo de Bolonha, toda a gente terá um mestrado (e não serão os mestres carpinteiros ou electricistas que eu conheci, profissionais humildes que formavam os aprendizes nos segredos da profissão e que ganhavam metade de um burocrata colarinho branco, normalmente ainda com menos conhecimentos mas que tinha a importância de decidir a vida dos outros - “ou me pagas luvas por debaixo da mesa ou não te passo o papel e estás lixado”); c) a minha experiência e eventuais conhecimentos, em breve de nada valerão face a esta profusão de mestres, formados nas universidades e nas juventudes partidárias, que não saberão nada de coisa nenhuma e que, face ao desemprego, serão entregadores de pisas mas que me ultrapassarão na escala da importância social! É a vida, já dizia o filósofo Guterres!

Por isso, esta é minha nova oportunidade, mesmo que seja a última e não sirva para nada, para além de poder mostrar aos meus netos a minha obra no império de Sócrates. E, por favor, reconheçam que é uma obra de fôlego, que me obrigará a fazê-la em várias séries para não torrar os vossos neurónios, pouco habituados a estes ensaios profundos, e, eventualmente, poder vendê-la à TVI (os jornais já não compram em fascículos) para ser ficcionada como padrão de comportamento em telenovela.

Bem vindos, pois à minha magistral “Lição de Economia”.

Capítulo 1 – Definições de Economia (do grego oikonomiā, de oikos ‘casa’ + nemein ‘gerir’)
Prudente uso dos recursos para evitar as despesas desnecessárias ou o desperdício;
Prudente uso do dinheiro e produtos; gestão sensível e cautelosa do dinheiro e produtos de modo desperdiçar o menos possível e obter o máximo valor;
Poupança: redução ou tentativa de redução da despesa;
Economia financeira: uso frugal, controlado ou eficiente de qualquer coisa com esforço;
Negócio económico-financeiro: produção e consumo de produtos e serviços de uma comunidade vista como um todo;
(Citado, com a devida vénia, do Encarta ® World English Dictionary © & (P) 1998-2004 Microsoft Corporation. Tradução livre do autor; Tenho em casa 53 dicionários mas acho um desperdício de tempo ir à procura deles com tão douta tecnologia à minha disposição).
Notas do autor: as expressões “gestão”, “prudente”, “desperdício”, “despesas desnecessárias”, “frugal”, “controlado”, “comunidade”, etc. são, na economia actual, meras figuras de estilo. Vidé: “gastos do estado”, “endividamento das famílias”, “publicidade enganosa”, “marketing de apelo ao consumo e ao crédito”, “lucros especulativos”, “especulação bolsista”, “crimes de colarinho branco”, etc.


Amigos,

Não saiam, portanto, dos vossos lugares!
Se acham que esta magistral lição vos enriquece os conhecimentos não percam os próximos capítulos! Prometo fazer tudo para contribuir para o vosso bem-estar intelectual!
Se acham que esta magistral lição não interessa nem ao Menino Jesus não percam os próximos capítulos: a experiência diz que, em magistrais lições, os capítulos seguintes são ainda piores que os anteriores. Prometo dar-vos oportunidade para descarregarem a vossa bílis, contribuindo para o vosso bem-estar!

Francisco Costa Duarte

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