segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Economia Portuguesa

Amigos,

Ouvi hoje uma notícia na rádio - que não teve o destaque merecido e necessário - que me despertou para a nossa realidade social e que venho divulgar universalmente e no nosso blog, que está sempre em cima do acontecimento: o Sr. Ministro da Economia, o incontornável Dr. Manuel Pinho, comentou que no primeiro semestre de 2008 a economia portuguesa cresceu 0,6% enquanto a economia da zona euro desceu 0,2%.

Fiquei, como calculam, satisfeitíssimo! Nada que eu já não previsse pois, como bom observador, tenho vindo a notar os sorrisos na cara dos portugueses na rua, o rirem de satisfação nas bombas de gasolina quando pagam os combustíveis e quando liquidam aos bancos os empréstimos das suas casas ou comprovam nos telejornais a baixa drástica do desemprego até à taxa de 0,2%, (percentagem que representa, apenas, os paralíticos, doentes graves e paranóicos no Júlio de Matos que só poderão aproveitar a oferta de emprego em excesso nas próximas 2 semanas, após os necessários procedimentos burocráticos), o que levará a taxa de desemprego em Outubro para uns risonhos 0% (3% abaixo de zero se contarmos com os imigrantes franceses, alemães e holandeses que virão em catadupa para o paraíso económico que será Portugal. (Por favor, vejam nota PS no final deste texto).

Compreendo, no entanto, a vossa dificuldade em perceberem estes factos: a linguagem económica e matemática é difícil (Produto Interno Bruto, per capita, crescimento, exponencial, progressão geométrica, equação, derivada, média, mediana, etc.). Por isso resolvi ajudar-vos com exemplos simples.

Optei por comparar esta realidade económica em alturas de indivíduos porque todos vós sabeis o que é um calmeirão (um gajo muito alto) e um caga-tacos (um gajo muito baixinho). Não me exijam excessivo rigor porque senão: 1) os vossos neurónios explodiam com as explicações dos especialistas (problema de saúde pública); 2) Eu teria de exigir, pelo menos, 40% do ordenado do Sr. Governador do Banco de Portugal (problema politicamente incorrecto); 3) haveria revolução pela desigualdade de rendimentos (problema de cacetetada da polícia em nome da justiça “democrática”).

Vamos pois aos factos e números: vamos assumir que um português tem, em média, uma altura de 1,65m; Em 2005, um europeu médio da zona euro teria 2,46m de altura, suficiente para quase todos os europeus irem jogar basket para a NBA americana. (não falo dos luxemburgueses, que teriam 5,83m e não caberiam no seu pequeno país ou nos noruegueses, com 3,43m, que andariam à cabeçada quando nadassem nos fiordes).

Em 2006 e 2007 a economia portuguesa terá crescido 1,3% e 1,7% respectivamente (optimista, previsões do BES) enquanto a zona Euro terá crescido 2,6% e 2,0% (idem, idem, aspas, aspas).

O que representa, fazendo as contas, que um europeu médio tinha, em 1 de Agosto de 2008, uma altura média de 2,57m (2,46m + 2,6% + 2,0% - 0,2%) e português médio 1,71m (1,65m + 1,3% + 1,7% + 0,6%). Não se sentem orgulhosos de terem crescido 6cm? Sempre poupam na altura dos tacões dos sapatos e evitam esforços para se porem em bicos de pés, como habitualmente!

Um abraço do

Francisco Costa Duarte

PS – Já depois de escrito este texto fui ao oftalmologista que me disse que tenho as minhas lentes de contacto completamente desfocadas, o que me faz não distinguir sorrisos de caras tristes e/ou fechadas (é só uma posição dos cantos da boca), entre outras possíveis alucinações óptico/visuais. Aqui fica a correcção, que em nada afecta a restante prosa.

Francisco Costa Duarte
BI 1078780
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